O que é niilismo?
Derivado da palavra latina "nihil", que significa "nada", o niilismo foi possivelmente a escola de filosofia mais pessimista. Foi um estilo de pensamento difundido em toda a Europa do século XIX, liderado por pensadores proeminentes como Friedrich Jacobi, Max Stirner, Søren Kierkegaard, Ivan Turgenev e, até certo ponto, Friedrich Nietzsche, embora sua relação com o movimento tenha sido complicada.
O niilismo questionava todas as formas de autoridade, inclusive governo, religião, verdade, valores e conhecimento, argumentando que a vida é essencialmente sem sentido e que nada realmente importa. Mas nem tudo era desgraça e tristeza - alguns achavam a ideia de rejeitar doutrinas prescritas uma perspectiva libertadora, e o niilismo acabou abrindo caminho para os estilos filosóficos posteriores, menos pessimistas, do existencialismo e do absurdo.
1. O niilismo questionava as figuras de autoridade
Um dos aspectos fundamentais do niilismo era a rejeição de todas as formas de autoridade. Os niilistas questionavam o que dava a uma figura a autoridade para presidir a outra e perguntavam por que deveria haver essa hierarquia. Eles argumentavam que ninguém deveria ser mais importante do que ninguém, porque todos nós somos tão insignificantes quanto os outros. Essa crença levou a uma das vertentes mais perigosas do niilismo, levando as pessoas a cometer atos de violência e destruição contra a polícia ou os governos locais.
2. O niilismo questionou a religião
Na esteira do Iluminismo e de suas descobertas subsequentes de raciocínio e razão, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche argumentou que o cristianismo não fazia mais sentido. Ele argumentou que um sistema totalizante que explicasse todas as verdades sobre o mundo era um sistema fundamentalmente falho, porque o mundo é muito complexo, cheio de nuances e imprevisível. Em seu muito comentado ensaio "A vontade de Poder", de 1901, Nietzsche escreveu: "Deus está morto". Ele estava se referindo ao aumento do conhecimento científico e à forma como ele corroeu o sistema fundamental da crença cristã que havia sido a base da sociedade europeia.
É importante observar que Nietzsche não via isso como algo positivo - pelo contrário, ele estava extremamente preocupado com o impacto que isso teria sobre a civilização. Ele chegou a prever que a perda da fé levaria à maior crise da história humana. Em seu ensaio "Crepúsculo dos Ídolos: ou Como Filosofar com um Martelo", de 1888, Nietzsche escreveu:
"Quando alguém abandona a fé cristã, perde o direito à moralidade cristã. Essa moral não é de forma alguma evidente... O cristianismo é um sistema, uma visão total das coisas pensada em conjunto. Ao quebrar um conceito principal, a fé em Deus, a pessoa quebra o todo."