Carl Jung - Complexos de inferioridade e o eu superior

Carl Jung

Carl Jung foi um homem de interesses ecléticos e isso se reflete na natureza prolífica de seus escritos. Mas de tudo o que ele escreveu, um tópico permanece isolado como o mais importante para ele - a questão de como alguém pode cultivar um grande caráter.

Jung reconheceu a verdade na afirmação de Heráclito de que "o caráter de um homem é seu destino". Os golpes do destino podem ser gentis ou cruéis e outras pessoas podem nos tratar bem ou mal, mas nossa experiência sobre essas coisas e o que fazemos com o que recebemos, dependem do estado do nosso caráter.

O cultivo de um grande caráter é uma tarefa de maior importância e, nesse ensaio, exploraremos algumas das ideias de Jung sobre como podemos alcançar esse feito, um feito que ele chamou de individuação ou simplesmente, autorrealização.

Para começar, é importante ressaltar que Jung acreditava que desenvolver um bom caráter era algo que qualquer um nós poderia alcançar. Não depende do sucesso externo, seja o acúmulo de riquezas ou status social, nem exige talentos excepcionais ou habilidades intelectuais, pois como ele escreveu:

“...para passar por um desenvolvimento psicológico de longo alcance, nem uma inteligência excepcional nem qualquer outro talento é necessário...”

Para entender o que é necessário, uma citação do seu ensaio chamado “A Árvore Filosófica” pode nos apontar na direção certa:

"Não nos tornamos iluminados imaginando figuras de luz, mas reconhecendo que há escuridão."

Para tornar-se um dos poucos que vivem em um estado de harmonia e que podem declarar com confiança "eu sou o que escolho me tornar", devemos estar dispostos a olhar para dentro, para iluminar a escuridão do nosso inconsciente e integrar o que descobrimos sobre a consciência consciente…